segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Passado um ano...


Passado um ano da morte do meu pai ainda me lembro da dor que  senti quando fui ao hospital buscar as coisas dele. Senti-me perdida, tinha acabado de ficar órfã (minha mãe já tinha falecido) é como se já não tivesse ninguém capaz de me proteger ... as lágrimas correram dos meus olhos... uma enfermeira que acompanhou os seus últimos momentos dirigiu-se a mim e disse: "morreu tranquilamente, passou muito bem a noite e estava bem pela manhã enquanto passávamos a ronda... faleceu. durante o dia de ontem pediu-nos se lhe conseguíamos arranjar um carregador para o telemóvel". (Tentei ligar-lhe várias vezes, mas sem conseguir. Talvez esta tivesse sido a oportunidade de dizermos várias coisas que nunca mais poderão ser ditas...). Agradeci os cuidados que tiveram com ele, entregaram-me um saco com as suas coisas. Comecei a andar pelo corredor e dirigi-me às escadas... não fui capaz de as descer, sentei-me num banco, abri o saco e tirei de lá de dentro a sua carteira na esperança de lá encontrar provas de que me amava...não existiam, chorei ainda mais e passado aquilo que me pareceu um eternidade, despedi-me do último local que foi a morada de meu pai.A dor não ficou lá, pois até hoje não sei o quanto o amei e o quanto fui amada por ele. Foi um  pai  bastante ausente...mas não sinto dor por isso, apenas porque penso que o nosso amor não foi capaz de florescer. Espero do mais íntimo de mim mesma que tenha encontrado a paz e a felicidade. Até sempre:')